sexta-feira, 7 de junho de 2013

Mais casos de violência envolvendo crianças e jovens

No âmbito do Dia Internacional das Crianças e Jovens Vítimas de Violência, a secção regional da Madeira da Ordem dos Enfermeiros organizou uma conferência sobre esta temática na autarquia do Funchal. À margem da iniciativa, a presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) do Funchal, Ana Paula Lino, referiu que há cada vez mais casos de violência doméstica que acabam por atingir os mais novos.  "Quase todos os dias recebemos sinalizações da Polícia que relatam acontecimentos e ocorrências em casa, na rua, e que são situações de violência doméstica", frisou. Durante o processo, tanto a família com a criança são acompanhadas e se as CPCJ constatarem que a situação de perigo diminuiu ou não se verificou, arquivam o processo. Se for o contrário, prolongam a medida. Contudo, há muitos casos de sucesso.
 
Ana Paula Lino vincou que o que tem preocupado ultimamente é a questão da violência doméstica, que o Ministério Público sinaliza com muita frequência. "Vemos famílias que se desentendem, que discutem imenso e depois estas crianças presenciam essas situações e, portanto, são vítimas de violência psicológica e, muitas vezes, de violência física também", explicou. A CPCJ têm meios e recursos humanos, que constam de uma equipa multidisciplinar que faz o acompanhamento destes processos. Em relação aos meios económicos, o apoio logístico é dado pelo município.

A responsável disse que há muitas denúncias feitas por telefone, mas que a maioria pede o anonimato com receio de algumas represálias. Contudo, salientou que já há mais gente envolvida na denúncia destes casos. Também há situações de denúncias feitas presencialmente na Comissão para denunciar casos em que as crianças estão em perigo.

A degradação das condições económicas das famílias é um dos motivos para o aumento destes casos. "As famílias debatem-se com um problema muito grande ao nível do desemprego e é claro que isto, muitas vezes, reflecte a situação familiar do casal e estes desentendimentos são fruto, muitas vezes, dos tempos difíceis que atravessamos e as crianças também são vítimas destes desentendimentos, presenciam estas situações", explicou.

Sem comentários: