quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Violência doméstica na Índia - Deusas denunciam agressão às indianas

india

Estatísticas mostram que 68% das mulheres indianas sofrem violência doméstica e para criticar e tentar mudar tal situação, uma agência de publicidade criou a campanha “Abused Goddesses”, na qual usufrui de um aspecto extremamente importante na Índia – a religião. Na campanha critica tais atos de agressão com as mulheres representando deusas da mitologia hinduísta com marcas de agressão no rosto. Tal campanha mostra ao povo indiano que é totalmente contraditório venerar mulheres, deusas do campo espiritual, enquanto agridem as mulheres de seu quotidiano, suas esposas, filhas e até mesmo desconhecidas nas ruas.





A discriminação contra as mulheres na Índia vai muito além da violência doméstica, ela também é vista em casos como casamentos forçados (prática comum no país), pagamento de dotes, preconceito com castas e até mesmo caça às bruxas.
Um caso de grande repercussão no país, foi actualmente o estupro colectivo da estudante de fisioterapia Jyoti Singh Pandey. Quatro dos seis envolvidos sofreram pena de morte, mas tal punição foi apenas um sentimento de vingança que percorreu as veias dos indianos, logo, não foi uma medida de grande mudança.


Além de campanhas como essa, são necessárias campanhas educacionais, mudanças e ênfase maior do assunto em âmbitos escolares e familiares, para incutir na mente de adultos e principalmente de crianças, que a agressão contra mulheres não deve ocorrer, e quando ocorrer não deve passar por despercebido. É necessário mostrar que a denúncia deve ser feita e que quando não feita, o acto tende a se repetir e piorar. É uma questão de ir a fundo perante o problema, encontrar as suas raízes e mudar o pensamento de que o homem pode ofender e agredir uma mulher.
Pode não haver uma mudança imediata, mas são campanhas como a “Abused Goddesses” e actos como os descritos acima que levará a Índia – assim como outros países – a notar que a violência não é um acto que deve ser aceite culturalmente e sim repudiado e destruído.

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