Mais de 50 mil mulheres morreram no Brasil entre 2001 e 2011 vítimas de violência doméstica, indica um estudo divulgado na quarta-feira.
“No Brasil estima-se que mais de 50 mil homicídios ligados ao género tenham ocorrido de 2001 a 2011, o que equivale a 5 mil mortes por ano”, sublinha o estudo do Instituto de Pesquisas Económicas, um organismo público.
Segundo a mesma entidade, nem a aprovação em 2006 de uma lei que endurece as penas para as agressões baseadas no género melhorou a situação. “Constatou-se que não houve uma redução das taxas anuais de mortalidade: a taxa de mortalidade por 100 mil mulheres foi de 5,28 entre 2001 e 2006 (depois da lei) e de 5,22 de 2007 a 2011”, sublinha o estudo. Logo a seguir à entrada em vigor da lei, em 2007, as mortes de mulheres vítimas de violência doméstica diminuíram ligeiramente, mas entre 2009 e 2011 voltaram aos níveis do início da década: 5664 mortes por ano, o que dá uma média de uma mulher morta em cada 90 minutos.
O antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ratificou a lei que pune mais duramente a violência doméstica, conhecida por “lei Maria da Penha” em homenagem a uma bioquímica que lutou durante anos para que o marido fosse condenado, depois de a ter tentado matar duas vezes e que acabou por a deixar paraplégica.
Só no ano passado, o número de telefone que o Governo criou para as mulheres vítimas de violência doméstica recebeu 730 mil chamadas.
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