Representantes das Nações Unidas enfatizaram hoje que a comunidade internacional deve combater as desigualdades sociais e económicas entre regiões e dentro dos países, notando que tal é crucial para alcançar a sustentabilidade e evitar crises futuras.
“Se as desigualdades continuarem a aumentar, o desenvolvimento pode não ser sustentável”, disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon no debate temático da Assembleia-geral sobre desigualdade. “Este é o motivo pelo qual a desigualdade está a crescer como base principal nas discussões para a agenda de desenvolvimento pós-2015”.
O Secretário-Geral das Nações Unidas defendeu a importância de reduzir as desigualdades numa altura em que o mundo está a ser afetado por uma série de mudanças significativas, incluindo a instabilidade económica, os impactos das mudanças climáticas e a agitação política em muitas regiões.
“As sociedades nas quais se verifica escassez de esperança e de oportunidades são vulneráveis a agitações e a conflitos", disse. “Desigualdades económicas e sociais podem desgastar a fábrica social, enfraquecer a coesão social e impedir os países de progredirem. A desigualdade pode produzir crime, doenças e a degradação ambiental e pode impedir o crescimento económico”.
Ban Ki-Moon notou que as metas de anti-pobreza conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milénio têm sido “notavelmente” bem sucedidas, mas acrescentou que o progresso tem sido desigual, e sublinhou a importância da agenda de desenvolvimento pós-2015 na abordagem destas desigualdades e na promoção da prosperidade partilhada.
Acordados pelos líderes mundial na Cimeira do Milénio das Nações Unidas, em 2000, os ODM definem um conjunto específico de metas na redução da pobreza, na educação, na igualdade de género, na saúde materna e infantil, na estabilidade ambiental, na redução do HIV e da malária e a construção de uma parceria global para o desenvolvimento. A agenda de desenvolvimento pós-2015 deverá ser construída no progresso alcançado pelos ODM.
“Precisamos de soluções para as crises económicas e sociais que possam beneficiar todos”, disse. “Uma abordagem inclusiva ao desenvolvimento sustentável; maiores esforços para erradicar a pobreza extrema e a fome; mais investimento na saúde, na educação, na protecção social e em trabalhos decentes – especialmente para os jovens”.
O Presidente da Assembleia-geral, Vuk Jeremić, observou que alcançar a transição universal para a sustentabilidade requer um maior compromisso dos países no sentido de colmatar a divisão entre os que ‘têm’ e os que ‘não têm’, e exortou os Estados-membros a trabalharam em conjunto para cuidar das necessidades “dos muitos que foram deixados para trás”.
Jeremić também avisou que abster-se de abordar esse assunto poderia trazer uma era de descontentamento global que, por sua vez, poderia ter consequências profundas em todo o mundo.
Será também fundamental incorporar na íntegra a luta contra a desigualdade na agenda de desenvolvimento sustentável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis acordados pelos países no último ano na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Susentável – Rio+20 –, acrescentou.
(in Centro de Notícias da ONU | Traduzido e editado por UNRIC)
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